sábado, 28 de maio de 2011

Guarani e Kaingang no Rio Grande do Sul por Gabriela Passuelo

GUARANI
“A Cosmovisão xamânica Guarani considera a sociedade como um todo, em que a educação não separa, espacial e temporalmente, das demais práticas” (BERGAMASCHI; MENEZES, 2009, p. 87).
As crianças desde pequenas observam a natureza, as atividades dos adultos, e os imitam, assim se desenvolvendo. Quanto mais velha for à pessoa é provável que ela seja a mais sábia. A oralidade também é muito importante para a educação tradicional Guarani, não apenas a fala, mas a escuta respeitosa e atenta à palavra. As crianças escutam as histórias de antigamente dos mais velhos, também como forma de aprendizado.
 O respeito é fundamental para os Guarani, os adultos não repreendam e nem castigam as crianças, eles acolhem e observam as características de cada um. E, dão conselhos, que são as palavras de ensinamento.
             Os Guarani valorizam muito a natureza, ela é a grande inspiradora na e da educação tradicional. Eles aprendem a se relacionar com todos os elementos da natureza e da mata, podendo explorá-la, senti-la, mas nunca ultrapassam os limites.

BERGAMASCHI, Maria Aparecida; MENEZES, Ana Luisa Teixeira de. Educação Ameríndia: a dança e a escola guarani. Santa Cruz do Sul, RS: EDUNISC, 2009.
KAINGANG

            Os Kaingang possuem um sistema dualista, isto é, são divididos em metades denominadas Kamé e Kainru e esta denominação não é dada somente para os homens e mulheres, mas também para os animais, as plantas, os minerais e os seres celestes. Tanto Kamé quanto Kanhu são obrigados a se casarem com alguém da metade oposta e todos os filhos serão denominados com a mesma simbologia do pai. Através da pintura corporal eles também fazem a representação deste sistema: Kamé os desenhos são compridos e Kainru os desenhos são arredondados.
            Os artesanatos feitos pelos Kaingang são bastante rústicos, utilizam várias cores e sementes, toda coloração e trançado têm significados. A matéria prima é retirada da mata, por exemplo: pegam a taquara, cortam, deixam secar, cortam em tiras pequenas, (neste caso depende do tamanho do balaio) e fazem o trançado. A produção é feita junto com as crianças que observam e vão aprendendo desde cedo a manusear os materiais e instrumentos, como o facão por exemplo.
(Texto escrito por Gabriela Passuelo, da disciplina Povos indígenas, educação e escola da Faculdade de Educação da UFRGS).

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