POVO KAINGANG
Hoje, as aldeias kaingang estão localizadas nos quatro Estados mais ao sul do Brasil, ou seja, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. A população kaingang é uma das maiores do solo brasileiro, abrangendo cerca de 20.000 sujeitos (de acordo com estimativas de 1994). Os kaingang pertencem à família lingüística jê do tronco macro-jê e, em integração com os xokleng, compõem o grupo jê meridionais. Sozinhos, os kaingang satisfazem quase 50% de toda população dos povos de língua jê, sendo um dos cinco povos indígenas mais populosos no Brasil.
Os traços das formas e grafismos estão atrelados à percepção presente do cosmos, ressaltando e abreviando sua organização social, que é fundamentada em duas metades exogânicas, assimétricas e integrantes (Kamé e Kainru-kré). A entrada de escolas em aldeias kaingang se deu após a instalação do SPI (Serviço de Proteção aos Índios), no início do século XX.
POVO GUARANI
Os guaranis estão presentes principalmente nos estados brasileiros das regiões sul, sudeste e centro-oeste. A língua guarani é reconhecida, no Brasil, em três dialetos: o mbyá, o nhandeva e o kaiowá.
A procedência divina dos grafismos encontrados na cultura material, cuja origem é exterior ao domínio dos seres humanos e da sociedade, está bem apontada e permanece sendo lembrada e re-atualizada, o que comprova a relação entre a ornamentação e o mundo sobrenatural. Para a aldeia guarani, o milho é tido como uma planta que permite o atrelamento entre dois mundos (o espiritual e o terreno), e também como um fator integrador da comunidade.
Na aldeia guarani está presente o educador que orienta toda a comunidade, o Karaí. Ele existe para amparar os sujeitos (qualquer pessoa: branco, índio, pobre, rico). Os apoiadores dos rituais (aqueles que cuidam do fogo, das velas, do desenho da brasa, entre outros) são nomeados Yvyra’ija Kuery. No povo guarani os aprendizados são trabalhados na presença de indivíduos de todas as idades, desde crianças com meses de nascimento até os mais velhos. Outro ponto importante da educação desse povo é a ausência de gritos e de palmadas como corretivos ou mecanismos de punição.
(Texto escrito por Marina Salva, da disciplina Povos indígenas, educação e escola da Faculdade de Educação da UFRGS).
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