quinta-feira, 7 de julho de 2011

POVOS INDÍGENAS - Xavante

O presente trabalho tem o intuito de descrever costumes e tradições de um determinado povo indígena. No caso deste grupo o Povo Xavante, foi estudado com o objetivo de tornar conhecida a história, crenças e outros aspectos da cultura. Levando assim informação a todas as pessoas que querem ter conhecimento sobre este povo indígena, respeitando sua singularidade e sua presença na sociedade como pessoas de direitos semelhantes e iguais aos nossos.
Compreender o significado do ser índio não é uma coisa fácil, mas não é difícil, basta ter um pouco de curiosidade, vontade em conhecer o outro e uma oportunidade.
Na segunda metade do século XVIII, vários grupos, incluindo alguns identificados como “xavante”, estiveram assentados em aldeamentos patrocinados pelo governo, onde sofreram os efeitos devastadores de doenças epidêmicas. Após, no início do século XIV, os Xavante cruzaram o rio Araguaia, o que os separou definitivamente dos Xerente. Velhos Xavante contam várias versões dramáticas desta separação. Após esta separação, os Xavante instalaram-se na região da Serra do Roncador, onde atualmente localiza-se o Mato Grosso.
            A população Xavante atual é de cerca de 10 mil pessoas abrigadas em diversas Terras Indígenas do seu antigo território de ocupação, há pelo menos 180 anos. Localizam-se no leste do Mato Grosso, nas reservas indígenas de Marechal Rondom, Maraiwatsede, São Marcos, Pimentel Barbosa, Areões e Sangradouro/Volta Grande. Suas terras, porém, são geograficamente descontínuas.
            Localizadas em meio a um conjunto de bacias hidrográficas responsáveis pela rica biodiversidade regional e, portanto, base do modo de vida tradicional indígena, essa região vem sofrendo impactos ambientais desde 1960, devido a seu ingresso na agropecuária extensiva, pela produção de grãos para a exportação, em especial a soja. Suas comunidades são politicamente autônomas, embora às vezes se unam para atingir objetivos comuns.
             A primeira iniciativa de educação escolar aconteceu em Sangradouro 1, uma aldeia Xavante localizada a leste do Estado de Mato Grosso, no início dos anos 1957, logo nos primeiros dias da chegada dos Xavantes, formando uma primeira classe, composta por aproximadamente vinte e cinco filhos de fazendeiros e oito Xavantes.
            Foi um grande impacto, tanto para o professor como para os alunos. O maior problema era como alfabetizar alunos com culturas diferentes, língua completamente desconhecida e que não compreendiam nenhuma palavra em português. A solução encontrada foi começar a descobrir as palavras da língua Xavante por meio de gestos e mímicas; desse modo o professor aprendia as palavras Xavante e os alunos as portuguesa. Ao término do primeiro ano já havia uma cartilha bilíngüe, que posteriormente foi tendo aprimoramento e aperfeiçoamento com a ajuda dos próprios índios como de outros estudiosos.
Na cultura Xavante a escolarização ocupa um espaço entre as crianças, no qual entre erros e acertos tenta-se estabelecer processos nos quais, a educação formal possa caminhar lado a lado com a educação tradicional, respeitando e preservando o “mundo” da criança, e principalmente valorizando a sua existência.
Sua língua tem como características ser fortes e marcantes. Sua língua materna é chamada de aquém, a’uwen ou akwén, ainda é mantida e transmitida para as novas gerações. Atualmente, também usam a escola para essa vital retransmissão, visto que a escola é um grande meio de socializar. Além da língua materna, quando junto dos não-índios (para interlocução e comunicação), muitos dos Xavantes (exceto mulheres, parte dos idosos e maioria das crianças) falam e entendem bem o português.
Os Xavante (A´uwe =“gente”) - formam com os Xerente (Akwe) do Estado do Tocantins, um conjunto etnolinguístico conhecido na literatura antropológica como Acuen, que fazem parte da família lingüística Jê (tronco Macro-Jê). Os Acuen, também eram identificados como “xacriabá” e “acroá”, no período colonial. Todos esses nomes foram dados por não índios com o objetivo de identificar e destinguir diversos sub-grupos Acuen que se distribuiam num território significante no centro-oeste do Brasil.
            Entre seus rituais e cerimônias o povo Xavante tem o Wai´a: “o segredo dos homens” importante complexo ritual masculino, e que gera mais divisões e intersecções grupais. No wai´a os homens têm acesso e repassam conhecimentos considerados “sobrenaturais”, diretamente relacionados às dicotomias vida/morte, bem/mal, doença/cura; Na cerimonial do Oi´ó, a primeira cerimônia pública em que os meninos pequenos se engajam é a contenda com clavas chamada ói’ó. Dela, os garotos participam desde a época em que já dão conta de portar uma clava e de dirigir-se por conta própria ao ringue de combate até quando estão prontos para serem conduzidos à casa dos solteiros, o que ocorre em algum momento entre os seus sete e dez anos de idade;         
            A Adaba: é a celebração do casamento. A celebração do matrimônio, adaba, se dá depois de o casal haver vivido junto durante um determinado período, a união já sendo estável. A cerimônia em si consiste numa troca solene de alimentos de dois dias de duração, que representa as contribuições do homem e da mulher à união matrimonial; Nominação, na maioria dos casos, esse nomes são “sonhados” por membros da sua linhagem patrilinear. Essa herança será reforçada quando o “menino” passar a ser classificado na categoria de idade dos wapté (pré-iniciado), já que será novamente batizado com outro nome, na grande maioria dos casos, também “sonhado” pelos membros de sua patrilinhagem.
            A pintura Xavante é formada por pontilhados, quadrados, retângulos, traços e xadrezados nas cores vermelhas do urucum, negra do jenipapo e carvão, e, o branco da argila, essas pinturas são geralmente utilizadas quando são realizadas as festas indígenas, como: a dança, a corrida de tora de buriti e outros de costume. No artesanato as confecções de peças são feitas exclusivamente pelos homens, que obedecem a um ritual de caça, coleta, separação, tingimento, corte, amarração, etc, da matéria prima, afim de dar uma forma específica a ela.
            Nosso objetivo com esse trabalho era apresentar um dos inúmeros povos indígenas existentes no Brasil, o povo Xavante, além de tornar conhecida a história desse povo, e não somente a história, mas suas vivências, suas crenças, seus ritos e mitos, dentre outras coisas. Acreditamos que quando tornamos conhecida a história dos povos indígenas, estamos aproximando nossa cultura a deles, e verificando, que muitos aspectos de nossa cultura tem muito a dever aos indígenas.
             Infelizmente em pleno século XXI, ainda nos deparamos com pessoas que desrespeitam os povos indígenas e sua integridade. Talvez por ignorância, talvez por medo do desconhecido, talvez por preconceito mesmo. O fato é que, nós como professores e futuros professores, devemos desmistificar a imagem romântica, ou perigosa que temos dos índios para podermos mostrar sua verdadeira existência e significância aos nossos alunos. Desmistificando essa imagem e, apresentando o “ser índio” as pessoas, podemos acabar com o desrespeito, a violência e as barbáries cometidas contra os índios ao longo desses anos, além disso, podemos compreender e, tentar fazer com que as pessoas compreendam que é preciso respeitar nos povos indígenas com toda sua singularidade.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    * Melchior, Marcelo N; Mestrando em educação-Universidade Católica Dom Bosco: A Criança  Xavante na Historio da Educação Indígena.
               *  http://pib.socioambiental.org/pt


(Trabalho de Cindy Nunes, Ellen Anacleto, Mariana Duarte, Nathália Seibt e Rhayza Grassotti da disciplina Povos indígenas, educação e escola da Faculdade de Educação da UFRGS)

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